Introdução: A cada ano aumenta o número de novos casos de câncer de cólon e de câncer de reto, 10‐30% apresentam obstrução do intestino grosso como apresentação inicial. A obstrução colorretal aguda, independentemente de sua natureza, é uma emergência que requer tratamento imediato. O uso de prótese endoscópica tem sido encorajado, pois possibilita o alívio temporário das obstruções agudas. Em 1991, Dohmoto relatou inicialmente o uso restrito em doença paliativa maligna. Mais recentemente, seu uso tem sido como ponte para a cirurgia, melhora a obstrução. Como vantagem para o uso de próteses, têm‐se; efeitos terapêuticos de longa duração, bem tolerados, e baixos índices de morbidade e mortalidade.
Relato de caso: Sexo masculino, 80 anos, admitido com história de alteração do hábito intestinal havia seis meses. Feita colonoscopia um mês antes da internação, revelou lesão vegetante e ulcerada em retossigmoide, com AP: adenocarcinoma bem diferenciado. CT de abdome e pelve revelou espessamento parietal circunferencial irregular, com realce pelo meio de contraste, localizado no cólon sigmoide distal, media 46mm; esparsos nódulos sólidos hipovasculares no fígado, compatíveis com lesões secundárias; linfonodos proeminentes no hilo hepático. CEA: 534 mcg/L. Colonoscopia: introdução do colonoscópio até 15cm da linha pectínea onde se observou lesão úlcero‐vegetante que ocupava quase completamente a luz do órgão, impossibilitava a passagem do aparelho. Optou‐se pelo uso do gastroscópio, que ultrapassou com dificuldade a lesão, que tinha cerca de 6cm no seu maior eixo. Feitas a passagem e colocação de prótese 22 x 90mm guiada por radioscopia sem intercorrências. Paciente idoso, com comorbidades relevantes, com diagnóstico de adenocarcinoma de cólon sigmoide obstrutivo com linfonodos de drenagem aumentados e metástases hepáticas, optou‐se pela passagem de prótese por via endoscópica. Portanto, observa‐se a relevância do tratamento conservador com passagem de protése endoscópica e seguimento neoadjuvante.