Objetivo: Avaliar a eficácia do ustequinumabe na resposta clínica, remissão clínica e bioquímica de pacientes com Doença de Crohn moderada/grave, que tiveram falha à terapia anti‐TNF.
Método: Estudo prospectivo aberto, não controlado, realizado de novembro de 2017a maio de 2018. Os pacientes foram avaliados na indução e até 24 semanas do tratamento. As seguintes variáveis foram analisadas: resposta e remissão clínica (avaliado pelo índice de Harvey Bradshaw), queda dos níveis fecais de calprotectina e dos níveis séricos proteína C reativa.
Resultados: Dezessete pacientes fizeram a dose de indução endovenosa do ustequinumabe. Um paciente teve interrupção do tratamento e foi excluído do estudo por piora da doença, pós duas doses de ustequinumabe. Três fizeram apenas a dose endovenosa de indução e estão aguardando 8 semanas para receberem a primeira dose subcutânea. Desta forma, treze pacientes que fizeram a dose de indução e ao menos uma dose de manutenção subcutânea foram incluídos na análise. A idade média dos pacientes foi de 39,3 anos (variação 23‐65), a maioria do sexo masculino (71,5%), com tempo médio de doença de 10,5 anos (variação de 3‐22). Cirurgias prévias foram identificadas em 92% e doença perianal em 38,4% dos pacientes. Houve redução no HBI médio de 9.1 (semana zero, n=13) para 3.54 (semana 8, n=13), 1.1 (semana 16, n=9) e para 1.0 (0‐3, semana 24, n=7). Sete pacientes (53,8%) estavam em remissão clínica na semana 8 (HBI<4). Houve queda de 129 pontos na média da calprotectina fecal do baseline até a semana 16 (679 para 550, 7 pacientes avaliados). Houve redução na média da PCR de 3.47 (semana zero, n=12) para 1.13 (semana 8, n=9), 0.93 (semana 16, n=7) e 1.17 (semana 24, n=7). Dentre os 13 pacientes avaliados, não foram relatados eventos adversos ao longo do estudo.
Conclusão: Ustequinumabe associou‐se à melhora clínica e bioquímica em pacientes com doença de Crohn refratária à terapia anti‐TNF.