Introdução: A defecografia pode ser usada na avaliação das disfunções anorretais, permite o estudo da cinética defecatória e a detecção de alterações da estática retal. A defecografia por RMN e ecodefecografia constitui opção à defecografia convencional, desafia o papel da defecografia no work‐up diagnóstico em proctologia. A avaliação de doentes com suspeita de prolapso retal é uma das indicações mais frequentes para a avaliação dessa técnica, especialmente no seguimento de um exame objetivo não esclarecedor.
Objetivos: Avaliação dos resultados da defecografia efetuada em doentes com suspeita clínica de prolapso com o esforço defecatório.
Material e métodos: Revisão retrospectiva de 110 defecografias efetuadas para estudo de queixas de prolapso defecatório; 110 pacientes com intervalo entre 16 e 83 anos, com uma média de 51,13, 71,3% do sexo feminino e 28,7% do masculino.
Resultados: Não foi detectado qualquer tipo de prolapso em 22,9% dos pacientes. Foi detectado prolapso retal em 34,5% dos pacientes (completo em 28,4%; parede anterior 1,8%; reto distal 4,6%); 8,26% dos pacientes apresentaram prolapso retal oculto. Em 33,6% foi detectado prolapso hemorroidário (segundo grau em 3,6% e terceiro grau em 30%). Nos casos de prolapso retal completo foi efetuada defeco‐RMN complementar, esse exame não objetivou o prolapso em 40% dos casos.
Conclusões: A defecografia afirmou‐se uma ferramenta útil no diagnóstico e na caracterização da suspeita de prolapso defecatório, mostrou uma sensibilidade superior nos casos de prolapso retal completo em relação à defeco‐RMN.