Objetivo: Determinação de valores de manometria anorretal em pacientes não obesos sem queixas de distúrbios do assoalho pélvico e mulheres sem passado obstétrico de forma geral e mais especificamente comparar os parâmetros entre os gêneros
Material e métodos: Análise de dados clínicos, tais como sexo, idade, índice de massa corpórea (IMC), e manométricos anorretais de pacientes do ambulatório de fisiologia colorretoanal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foram incluídos pacientes de ambos os sexos com IMC entre 18,5 e 29,9kg/m2 sem queixas de distúrbios do assoalho pélvico e mulheres sem passado obstétrico. Excluíram‐se pacientes portadores de diabetes mellitus, com passado de cirurgia orificial, e os que não consentiram em fazer a manometria anorretal.
Resultados: Todos os pacientes incluídos no estudo apresentavam índice de massa corpórea entre 18,5 e 29,9kg/m2 e foram analisados 20 homens e 20 mulheres nulíparas, sem passados de cirurgias orificiais ou colorretais. A média de idade foi de 45,5 anos (± 10,73) nos pacientes do sexo masculino e de 37,2 (± 9,11) nas mulheres (p=0,43). A média dos valores das pressões de repouso nos pacientes hígidos de forma geral foi de 70,9mmHg (62,5‐79,26mmHg) e das pressões de contração voluntária total e das pressões do esfíncter anal externo foi respectivamente de 188,45mmHg (160,88‐216,02mmHg) e 116,83mmHg (91,26‐142,4mmHg). Ademais, verificou‐se uma pressão de contração e menor comprimento de canal anal no sexo feminino de forma estatisticamente significante (p=0,002 e 0,003, respectivamente).
Conclusão: As informações da manometria anorretal na população brasileira podem explicar os casos previamente tidos como incontinentes, mas com índices normais no exame, e, além disso, que há uma diferença estatisticamente significativa nas pressões de contração voluntária e no comprimento do canal anal funcional entre os gêneros.